sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Andreia – Eu só vim avisar que estamos todos sem sofrimento e que queremos orar

Grande caminhada nós fizemos já depois de todos cansados, fomos à procura de algo e nunca o encontramos. Foram quilómetros a caminhar até chegarmos ao ponto onde nos mandaram sentar. Sentamos, falamos, e dali em diante, ali adiante, depois de muita conversa, caminhamos todos juntos pela areia molhada.

Cansados e um pouco embriagados, nos encontrávamo-nos ouvindo a voz daquele que nos dirigia. Nada podemos fazer a não ser sentir os que ao nosso lado estavam.
De pés amarrados e de mãos acorrentadas e de olhos vendados, assim foi a nossa partida. Nunca pensamos em tal coisa suceder, mas foi com a voz que nos mandava e nós tínhamos que aceitar. A voz falava e tínhamos que obedecer.

Com palavrões eramos dirigidos, e assim começou:
Para traz, todos pa traz, seus cabrões de merda, mais pa traz, mergulhem, enrolem-se, levantem-se. Um passo pa traz, merdosos, mais pa traz merdosos.

Assim foi durante algum tempo sem vermo-nos uns aos outros, que os olhos estavam completamente vendados, amarrados, só sentíamos areia nos pés. Mergulhar, enrolar, levantar, saltar, e assim foi até sentirmos que algo de anormal atrás de nós, um só sopro nos enrolou e a voz comentou, mais pa traz, mais pa traz, de fora estou eu e quem manda aqui sou eu.
Deixamos de ouvir, praticamente sentir. Partimos todos na mesma onda, nos abraçou e nos levou, ele cá fora ficou. Quem mandava reinava, era ele e não podia deixar tal coisa nos tivesse acontecido.

A voz era mais forte do que nós, nos deixamos envolver por tudo aquilo que nos aconteceu. Saudades deixamos ficar, nem rastos daquilo que deixamos nos pode ajudar, só ele e mais os outros dos que lá se encontravam nos poderão ajudar a encontrar a solução da nossa partida. Partimos em vão, com sofrimento nos encontramos, muito precisamos ainda de falar, muito, muito, e com os nossos pais precisávamos de viver ainda mais.
De nada serve tudo aquilo que fizemos. Uma carreira se acaba dum modo mais turbulento. Mas podia ter acontecido e eles ficam de falar, imunes. O ato em si foi de tal maldade, não há justiça para todos aqueles que viram e nos deixaram partir. Continuamos à espera de um dia poder ver as mesmas pessoas, mesmas pessoas, na  mesma aflição em que nós nos encontramos.

Partimos na esperança de um dia tudo isto possa terminar e nós possamos partir em paz e deixar a angustia para trás, e dizer aos meus pais que estamos sempre com eles e que orem por nós, é a única coisa que neste momento que poderão fazer e deixar tanto, deixar de todo o tempo de percorrer pelo sitio aonde nós partimos. De nada serve, apenas trás lembranças e recordações que nunca mais as poderão encontrar.

Somos aqueles que tão falados neste momento, mas vocês vão ver, vai ser sol de pouca dura. Umas lembradas e outras de momento esquecidas. Andreia.
Vim falar em nome de todos e custou muito aqui chegar. A aflição é tanta, a água é tanta, não conseguimos nos ajudar, ajudai-nos.

E como é que se chama, o nome daquele que dava ordens?
Ele não esperava falar, é tão conhecido, Gouveia era ele.

E estavam mais colegas, vossos colegas lá a ver? Quantos eram?
Eram dois, mas quanto, enquanto a situação começou a agravar eles correram pelo areal, deixaram-nos ficar.

E qual era o nome deles, desses dois.
Ai eu não posso falar, a praxe não nos deixa falar.

Mas liberta-te porque agora estás num mundo espiritual, não estás no mundo físico, ninguém do mundo físico te vai fazer qualquer tipo de mal. Para te libertar diz o nome de quem eram esses dois.
Eram convidados.

Qual era o nome deles?
Não sei.

Mas eram só dois? Então só estavam lá três?
Os outros ficaram para trás.

Ma tu podes dizer o nome desses dois, porque ao dizeres o nome desses dois, aquilo que eu estou a registar tem mais credibilidade, porque não estás no mundo físico. Eu estou aqui para orar por ti e para te ajudar. Tu reconheces a vós desses dois convidados, eles também vos podiam ter ajudado.
Só gritavam, gritavam enquanto caminhavam. Um era o F... . F… e F… , e mais não digo.

Vieram da tua Faculdade também?
Eram.

Qual o nome dos teus colegas que partiram contigo para o mundo espiritual? Eras tu, e diz o nome dos outros, porque eles estão aí à tua beira, vocês estão todos juntos, fala em nome deles.
Já falei.

O nome?
Disse o meu.

E agora diz o nome dos outros.
Os outros já não interessa estar a falar.

Interessa, para eu invocar o nome deles na oração que quero fazer de ajuda a todos vós, para eu saber que todos vós estão presentes.
Da F… . A F…, não digo mais. Os outros não estão dispostos a dar o nome.

Pois sabes que nós, nos nossos jornais sabemos o nome deles todos.
Tá, nós sabemos isso. Estudar, já estudamos demais.

Eu também estudei muitos anos como sabeis.
Não precisam de estudar mais.

Mas conforme dissestes, vocês já estavam ligeiramente embriagados, já tinham bebido muito álcool.
Algum, algum.

Então só dissestes o teu nome e o nome de outra amiga, e ainda falta quantos? Vocês eram quantos?
Seis.

Tás a ver que ainda falta quatro.
Eu vou procurar daqui a algum tempo voltar.

Então querida irmã.
Eu só vim avisar que estamos todos sem sofrimento e queremos orar.

Querida irmã, aqui te encontras a dialogar de forma a eu ouvir, sabeis devido a este trágico acidente de que existe duas vidas, a vida espiritual e a vida física. Partisteis da vida física para a vida espiritual. Eu entendo, percebo e aceito e peço a Deus pai todo poderoso, peço ao mestre Jesus, Jesus nazareno que vos auxilie no vosso caminhar, que ele vos possa abrir as portas e os caminhos que vos irão conduzir a uma vida melhor, por isso me disponho a orar e pedir por vós, oremos. Pai nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Livrai-nos Senhor de todo o mal. Senhor abençoai estes nossos seis irmãos, mas ajudai também aquele que provocou a passagem do mundo físico para o mundo espiritual dos seus colegas. Uma ação irrefletida, que esta possa servir de pedra de lançamento de campanha contra estas atrocidades. Pai permite que estes nossos irmãos até aqui vieram sentir o amparo e a oração de forma a se libertarem de todo o mal que lhes fizeram de forma a que se sintam livres e possam caminhar. Ide queridos irmãos, ide na paz do Senhor, ide e orai e pedi por aqueles que tanto mal vos fizeram, ide e ajudai aqueles que tanto choram por vós. (020214)