sexta-feira, 28 de maio de 2010

Padre Luís - Um anjo de branco

Já velho e doente, mesmo assim, ainda gostava de dar a minha voltinha de bengalas nas mãos, mas ainda dava o meu passeiozinho. Encontrava-me na rua com as pessoas aonde falávamos de várias coisa da vida, aonde me pediam para olhar pelas crianças, ainda eram bebés, mal andavam, mesmo assim, velho e doente vinham atrás de mim, caminhávamos bengala nas mãos e todas sorriam, ouvia vozes que me diziam: como consegues olhar pelas crianças se vais de bengala? Eu respondia, as bengalas não me incomodam, consigo olhar também por elas como vós e as crianças são o melhor da vida para uma pessoa passar melhor tempo, assim continuamos a dar o nosso passeio, bastava falar e as crianças ouviam, sentávamos à beira do rio, brincávamos, brincavam, e regressávamos devagar e falávamos, perguntavam, o que elas queriam ser, respondiam, outras ainda mal falavam, outras não falavam, eram pequenas, mas caminhavam todas atrás de mim, como era bom ter alguém tão puro para eu poder falar.

Certo dia, quando nós estávamos no monte, eu perguntei-lhes se elas tinham visto aquilo que eu vi, um anjo de branco, no monte tão conhecido, tão visitado por crianças também, mas eram as minhas crianças a quem eu perguntei, ou se foi só eu que vi, de mão dada, uma delas, essa criança, também viu, era o monte, o anjo apareceu, esse anjo que me deu forças para continuar mais uns anos na minha caminhada, as crianças foram crescendo e cada uma seguiu mais tarde o seu caminho, hoje são homens e mulheres, todos vivem a sua vida, mas dando aos filhos, que muitos já o têm, a educação e o amor que eu sempre deixei. O monte em que passeamos, ficaram muitas recordações, lembranças, aonde continuam passearem e andarem por lá algumas vezes, esse monte está diferente, aí é o monte, o monte, o monte das valinhas, das valinhas, aí que as minhas visões também, nunca lhes falei, com ninguém, não era porque não era bem aceite, então aí comecei a orar, hoje, e a todos os que me seguiam, os que me davam força, me davam animo e me ajudavam, não precisava de muito, só precisava de fé e do amor para conseguir chegar como cheguei ao lugar aonde me encontro e que por vós também olho, por tua força, coragem e fé, para que possam também olhar por aquilo que eu sempre fiz toda a minha vida, olhar e abençoar, todos os que sempre me rodeavam, eram as crianças, nunca tive as mãos vazias, sempre tinha qualquer coisa para lhes dar, mesmo o pão repartido dava para muitas crianças, como elas gostavam, como elas gostavam, um bocadinho, mais outro bocadinho, mais outro e eu ficava com a sensação de que lhes tinha enchido a barriga. Os pais não sabiam o que eu fazia e perguntavam: padre Luís, padre Luís o que fazes aos meus filhos? São tantas aqui as crianças e tens sempre força e alegria para os ajudar, eles fogem de nós, e só querem estar aonde estás, perto de ti, o que eu sorria e dizia, tudo o que lhes dou também podeis dar, amor, muito amor, é isso que elas precisam, e um bocadinho de pão para as alimentar, assim eu seguia o meu caminho, deixava-as ficar e continuava com as minhas orações, com as minhas obrigações que eram muitas, e continuam para sempre, pedindo por todos, respeitando a todos da mesma forma, desde o pequeno ao grande, foi sempre o que me ensinaram, e foi sempre aquilo que eu ensinei, aquilo que eu deixei ficar, amor, caridade e a oração, a fé, e nunca esquecer, sem fé não se pode viver, viver em paz. Vamos orar e pedir ao Senhor por todos aqueles nos acompanham e terem cuidado com as crianças, nem todas as idades são iguais, preciso entende-las, ouvi-las e ama-las cada vez mais, são idades diferentes, idades em que requerem muito de nós, de vós, de nós que estamos aqui, vamos orar, pedir ao Pai, deste lugar onde me encontro, neste momento estou bem próximo de vós, ouvir a vossa voz, ouvir a tua, irmão, várias vezes me vens visitar ao meu local de repouso de carne, aonde repousa só a carne, que o meu espírito vos acompanha.

Eu sou muito visitado, por muitas pessoas, eu tenho que estar sempre pronto com a minha fé para os ajudar, ajudai-os também com as vossas orações, e pedi para que todos sejam ajudados e nunca perderem a fé, há muitos, mas mesmo muitos que querem ser ajudados logo naquele instante, viram costas e nunca mais se lembram que nós existimos, fazem críticas a tudo e de todos aqueles que têm fé, não importa, que mesmo assim eu lhes vou mostrando, que a fé é a única coisa que não se pode perder, sem fé eles não conseguem sobreviver, tudo lhes acontece, mas são provas que Deus lhes dá. São as tais provas em que manda o Pai, para que nós e vós sejamos todos testados, são nesses momentos difíceis da vida em que as pessoas param para pensar e dizer e lembrar, aquilo que tu e outros como tu já lhes têm falado, afinal não é por acaso que as coisas acontecem, para lhes mostrar, é preciso ter fé, para lhes mostrar, não é só o dinheiro e bem-estar, para lhes mostrar, que quanto mais for elevado for o grau de ensino, as coisas também acontecem, são exemplos de vida, em que todos têm, todos têm que passar, agora neste momento, já pensam duas vezes, mas mesmo assim ainda não acreditam, mas, coração duro, muito duro, com provas tão difíceis e muito duro entrar, e falar com esses, com esses corações, estão sempre, tudo resiste a acontecer que raio, o que acontece, é falta de fé, quem tem fé sofre, mas de uma forma diferente, quem não tem fé sofre muito mais, vamos pedir, nas nossas orações, por todos aqueles que não têm fé, e que não nos querem ouvir, que nos criticam, e que as nossas palavras ainda os fazem sorrir, não desanimes, ora sempre que possas, a oração é tão simples e nada custa, não é preciso pagar, é preciso ser orada com fé, aí está o valor da oração, é orar com fé, quem não orar com fé, não tem valor, é como aqueles que têm muito e os outros sem nada, mas os que têm muito, se não tiverem fé, ainda conseguem ser mais pobres, pobres, mais pobres do que aqueles que nada têm, não têm dinheiro mas têm amor e têm fé, vamos orar para que a fé e o amor e a caridade, nunca, mas nunca a percamos, e cada vez mais orar por aqueles que neste momento estão a passar momentos difíceis, e não acreditam que nós os possamos ajudar.

A sabedoria faz falta, a inteligência também, e há coisas que têm de ser tratadas por inteligência, por aquilo que outros nos dirão, a inteligência, sabedoria, Ele nos deu, uns aproveitam e outros não, nem todos nós podemos ter, nem todos nós podemos seguir, mas os que a seguiram toda essa sabedoria, não foi por acaso, mas infelizmente só aproveitaram a sabedoria e deixaram a fé, e a fé neste momento, e neste momento, é o que mais falta faz, já tiveram tudo, aquilo que sempre sonharam, falta-lhes a fé, o amor pelo próximo, e a Deus pertence tudo, tudo o que vós tendes, e como nós somos, somos o amor, a fé e a esperança, vamos fazer como eu fiz e continuo a fazer, orar, orar, orar, mesmo sem ver, basta sentir como sentes, como te dão a sentires, o que sentes e a tua oração chegar aonde muitos não conseguem como tu chegar ao alto, e a tua ajuda, a tua ajuda é sempre bem-vinda, e continua a orar, sempre que possas não te esqueças de passar aqui neste lugar. Ora, orai irmãos, para que todos os nossos sacrifícios sejam aceites por todos nós e levados em pensamentos ao Pai, para que Ele nos possa ajudar a caminhar.

[…] É o monte, o monte da Virgem. (230510)

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